Catarina - A Guató tecelã
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Catarina
Um índia franzina e habilidosa
A região do Amolar com suas montanhas, rios, lagos e campos alagados durante o ano inteiro é um dos mistérios do Pantanal.
Um lugar onde os homens precisam viver em simbiose com as águas. Lugar onde os índios Guatós, antigos habitantes da região acreditam que a Ilha Ínsula, onde vivem, seja o centro do mundo.
No pé da Serra do Amolar se encontra uma pequena comunidade ribeirinha. Foi lá que conhecemos a índia Catarina. Uma senhorinha anciã, franzina, de mãos habilidosas, artesã da etnia Guató que ainda domina a prática sustentável secular da arte de trançar utilizando-se como matéria prima o aguapé.
Remando em canoa, como faziam seus ancestrais, escolhe com cuidado os maiores talos de cada moita do aguapé, não mais que três para não matar a planta. Faz essa tarefa com muito cuidado pois cobras podem estar escondidas por entre as folhas.
De volta com o produto da colheita, ela começa o processo de preparo para transformar os talos verdes em fibra seca. O talos são amarrados em maços e pendurados em varais para o processo de secagem natural. São cinco dias colocando e tirando os maços do varal. Após a secagem são cilindrados, assim se transformam em tiras de fibra, trançados, emendados e depois utilizados para se confeccionar objetos.
Catarina ensina suas habilidades para as mulheres do Amolar.
Muitos ribeirinhos da comunidade estão se mudando para cidades grandes como Corumbá em busca de trabalho, pois a renda da pesca já não é suficiente uma vez que o peixe está escasso.
Ao passar esse ensinamento, Catarina dá a elas a oportunidade de melhorar a renda da família.
Catarina mora em Corumbá onde tem seu ateliê instalado na Casa do Artesão, antiga cadeia pública do município, hoje local de visitação turística, onde ela e outros artesãos mantém suas oficinas em espaços cedidos pela Prefeitura.
Presente ao longo de toda a extensão de 150 mil km2 da planície pantaneira: o aguapé está onde há água no Pantanal, mas mesmo pouco lembrado, é matéria-prima de um tesouro cultural brasileiro: o artesanato Guató.
Quando se fala em Pantanal, o pensamento traz logo à lembrança jacarés e tuiuiús. Há, porém, um elemento pouco lembrado mas muito importante, o aguapé.
O aguapé é uma planta cujos aglomerados são conhecidos como camalotes, abundantes na calha do rio Paraguai e seus afluentes, além de baías e corixos da planície pantaneira. Nos cursos d’água, descem flutuando ao gosto da correnteza, espraiando-se pelos rebojos, eliminando impurezas dos mananciais e servindo de refúgio e fonte de alimento para diversas espécies de peixes, répteis, crustáceos e anfíbios.
Quando os camalotes se juntam em determinada altura do rio podem causar o seu fechamento impossibilitando o tráfego das embarcações.
Autora: Mara
Um índia franzina e habilidosa
A região do Amolar com suas montanhas, rios, lagos e campos alagados durante o ano inteiro é um dos mistérios do Pantanal.
Um lugar onde os homens precisam viver em simbiose com as águas. Lugar onde os índios Guatós, antigos habitantes da região acreditam que a Ilha Ínsula, onde vivem, seja o centro do mundo.
No pé da Serra do Amolar se encontra uma pequena comunidade ribeirinha. Foi lá que conhecemos a índia Catarina. Uma senhorinha anciã, franzina, de mãos habilidosas, artesã da etnia Guató que ainda domina a prática sustentável secular da arte de trançar utilizando-se como matéria prima o aguapé.
Remando em canoa, como faziam seus ancestrais, escolhe com cuidado os maiores talos de cada moita do aguapé, não mais que três para não matar a planta. Faz essa tarefa com muito cuidado pois cobras podem estar escondidas por entre as folhas.
De volta com o produto da colheita, ela começa o processo de preparo para transformar os talos verdes em fibra seca. O talos são amarrados em maços e pendurados em varais para o processo de secagem natural. São cinco dias colocando e tirando os maços do varal. Após a secagem são cilindrados, assim se transformam em tiras de fibra, trançados, emendados e depois utilizados para se confeccionar objetos.
Catarina ensina suas habilidades para as mulheres do Amolar.
Muitos ribeirinhos da comunidade estão se mudando para cidades grandes como Corumbá em busca de trabalho, pois a renda da pesca já não é suficiente uma vez que o peixe está escasso.
Ao passar esse ensinamento, Catarina dá a elas a oportunidade de melhorar a renda da família.
Catarina mora em Corumbá onde tem seu ateliê instalado na Casa do Artesão, antiga cadeia pública do município, hoje local de visitação turística, onde ela e outros artesãos mantém suas oficinas em espaços cedidos pela Prefeitura.
Presente ao longo de toda a extensão de 150 mil km2 da planície pantaneira: o aguapé está onde há água no Pantanal, mas mesmo pouco lembrado, é matéria-prima de um tesouro cultural brasileiro: o artesanato Guató.
Quando se fala em Pantanal, o pensamento traz logo à lembrança jacarés e tuiuiús. Há, porém, um elemento pouco lembrado mas muito importante, o aguapé.
O aguapé é uma planta cujos aglomerados são conhecidos como camalotes, abundantes na calha do rio Paraguai e seus afluentes, além de baías e corixos da planície pantaneira. Nos cursos d’água, descem flutuando ao gosto da correnteza, espraiando-se pelos rebojos, eliminando impurezas dos mananciais e servindo de refúgio e fonte de alimento para diversas espécies de peixes, répteis, crustáceos e anfíbios.
Quando os camalotes se juntam em determinada altura do rio podem causar o seu fechamento impossibilitando o tráfego das embarcações.
Autora: Mara
Hoje vive em Corumbá, mas visita regularmente a comunidade do Amolar para ensinar a arte de tecer com ramas de aguapé.
A rama do aguapé seca aceita ser trabalhada mas exige cuidados.
Note o chapéu de Catarina. Também é de aguapé, mas feito com tiras mais estreitas, uma obra de arte.
Espanto e felicidade para todos, ao compartilhar mostrando cada um o seu.